Crítica: Lei da Colheita
- quando a música acabar, volte e dê replay -
“Vem aí uma
web, que mostra que o que você planta, você colhe.”
E assim, nos enchendo de expectativas, deu-se
início, a divulgação da estreia da trama de “Lei da Colheita”, exibida ano passado. Como o próprio título diz, é uma
trama de vingança. Tudo o que você planta hoje, colhe no amanhã!
-crianças,
jamais coloquem expectativas em algo-
A novela girava em torno das vilãs lésbicas
Selma e Pérola, que sendo um casal, estavam desejosas em vingar-se da família
Almeida Farac, formada pelo casal Ivette e Gabriel, e Megan, a filha dos dois.
Motivo?
A família de Pérola havia sido deixada na
miséria após Gabriel ter roubado o escritório do pai dela.
E Selma, empregada da família, por nunca ter sido
assumida como filha legítima da patroa Ivette, que a tinha gerado com outro
homem.
Selma mostra logo de início, sentir um ódio inexplicável
pelos patrões. Seria loucura? Não sei. Falta de homem? Também não poderia ser,
já que ela se envolvia com um cara chamado Ângelo e se vingou dele também sem maiores
explicações logo no primeiro capítulo.
E haja vingança.
As duas descobrem que Gabriel mantém um caso
fora do casamento com um rapaz chamado Tedesco.
E como ela se vinga de um patrão que simplesmente
odeia por odiar? Expondo o caso dele pra mulher. Claro.
E fale sobre não conhecer alguém hein.
Porque a falta de apresentação aqui, é o
personagem de maior destaque dessa novela.
E isso se dá nas inúmeras tramas paralelas deste
novelão.
Todas as demais personagens da história surgem
e sem nenhum tipo de introdução. Chegam sem falar quem são eles, do que vivem,
onde cagam, onde peidam, onde comem, bebem e arrotam. Pois é.
Traços de personalidades na trama também tá
mais esquecido que o amigo tímido no churrasco de domingo.
Histórias e cenas sem sentido e várias
personagens sem funções.
Como Keya, irmã de Ivette, que sai as noites
para fumar maconha e rejeita o marido Leonardo. Seus dois filhos, Tom e Aninha,
ambos com 17 anos e agindo como se tivessem cinco.
Megan, sem poder esperar ou ir num motel, transa
com o namorado Cassiano num banheiro de shopping e do nada, no meio do sexo,
fala que quer tomar um milk-shake (???).
Biel, filho de Sílvia, que se passava por uma evangélica
fervorosa, mas depois, se revelava como uma pessoa promíscua, tinha desejos
pelo pastor da sua igreja e no final, sem explicações ou desenvolvimento algum,
fica com ele (???).
Devo dizer que a única história paralela que
realmente chama atenção e parece ser levada a sério, é a de Clara, prostituta
que engravida de um cliente e fica no dilema se entrega a criança pra uma mulher
que não consegue ter filhos ou se fica com o bebê pra ela. Sim, eu digo que “parece”
se não levasse em conta que Clara sequer conhece essa tal mulher, que no fim
das contas, vira uma louca psicopata.
E assim, já podemos entregar o prêmio de piores
mães do mundo pra essas mamães tão dedicadas da novela. Fico emocionada só em
falar.
Selma e Pérola após se vingarem do casal Farac,
expondo o caso de Gabriel pra mulher dele, resolvem tomar a empresa e a casa dos
mesmos. E conseguem. Gabs vai morar com o amante e Ivette vai pra rua da
amargura juntamente com Megan.
E a vingança sobra até pra coitada. Após perder
o namorado numa explosão, Megan fica fragilizada ao ponto de ser manipulada
pela rival Ágata, ex-namorada de Cassiano, que usada pelas vilãs, resolve
aprontar com a inimiga.
Mas espera, como Pérola e Selma sabiam que Ágata
era rival de Megan? Não sabemos. Telepatia. Ou as vozes contaram a ela. Foram
eles!
Bom, o plano das duas dá errado, porque novamente,
sem explicações alguma, Ágata se apaixona por Megan (????).
E aqui acaba a vingança de Selma e Pérola. Sim.
Porque o que vem depois é uma montanha de maluquices que não leva a lugar algum,
feitas só pra preencher o vazio de histórias e pra suprir a falta de
criatividade.
E nisso, posso citar as vilãs decidindo matar o
presidente da república assim, do nada, e pela milésima vez, sem explicação
alguma.
Os diálogos são sofríveis. O texto, ruim. A
trama principal até chega ter um pingo de interesse, mas acaba se perdendo no seu
próprio enredo. A vingança passa a não fazer mais sentido e tudo se descamba de
vez, virando o verdadeiro samba do crioulo doido. Personagens que surgem e
somem, depois retornam do nada, sem dizer quem são e o que fazem, sem ter nenhum
tipo de introdução.
E ao final, devo dizer que desta vez, nem
precisei fumar um beck pra poder ficar brisada. Só em ler a reta final dessa
novela, me senti mais drogada que o Carlos Lombardi escrevendo a trama de
Kubanacan.
E é isso amores. Gostaram? Concordam?
Discordam? Comentem embaixo.
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