Crítica: A Sombra da Luz


Holáaaaaaaaaaaaaa queredosssssss. Depois de muitos anos com o blog morto, finalmente renasci das cinzas e voltei do pó de onde eu vim, completamente repaginada. Gostaram do novo visual? Comentem bastante sobre o que acharam, por que deu muito trabalho mudar isso aqui rsrs. Como prometido, o post de hoje será sobre A Sombra da Luz, comemorem.









Enredo: A web conta a típica história da gêmea boa e má através de Jade e Eva, que disputam o poder dentro da empresa da família – e posteriormente, a vingança de Jade contra a irmã malvada; a trama de Amábile e Annabeth (jesus, que nomes são esses), num enredo que era uma “A Favorita” retalhado, em que uma acusava a outra de assassinato por capítulos a fio até que na metade da história, descobrimos quem é a verdadeira assassina; e a história de Francisca, uma espécie de Valdirene que tenta se tornar rica a qualquer custo.

Pra quem não sabe, eu tenho perda de memória recente. Li 20 capítulos da web para fazer esta crítica em dezembro e bastou duas semanas pra eu ter esquecido completamente tudo. Isso, pelo fato de a trama ser uma completa salada de frutas com conhaque que após ler, senti o mesmo efeito do álcool, como se estivesse realmente bêbada. Afinal, acontece tantas situações bizarras aqui que após terminar, me senti traumatizada. 

E quem leu ela por inteiro pode dizer “ah, a novela era louca por focar em três histórias ao mesmo tempo” NÃO!. Na verdade, a grande loucura dessa novela foi ter contado três histórias que sequer encontraram-se no enredo.
A narrativa é ágil, mas peca ao caminhar pelo lado mais fácil para solucionar seus conflitos: como na cena em que Jade está no hospital e os capangas da vilã Eva conseguem tirá-la do local sem mais nem menos. Câmeras de segurança não existem no hospital dessa novela. Ou então, nas cenas que Francisca e Margarete conseguem distrair seguranças e entrar em lugares restritos como se entra num banheiro químico pra fazer xixi. Mabel consegue entrar e sair do hotel onde sua rival está hospedada sem ninguém ver. Câmeras de segurança não existem nos hotéis desta história. Ou então, Annabeth fazendo com que Mabel seja presa por um assassinato que cometeu em outro país sem sequer apresentar provas contra ela. – enfim, prefiro não falar mais nada...
... mas já falando: A escrita é relativamente decente, porém, o texto dos primeiros capítulos soa o cúmulo da infantilidade, sendo pronunciados por personagens que não demonstram ter nenhum traço de personalidade sequer, que simplesmente estavam ali apenas representando falas, ações ou tipos (Eva - a vilã 100% má; Francisca - a personagem 100% cômica; ou Marcus – o típico mocinho bananão). Fora as cenas que eram para ser sérias, acabaram me fazendo rir feito uma louca sem o efeito da tarja preta:
“Eva: Que brincadeira é essa? Porque só pode ser pegadinha.
Marcus: Não é não, a Jade foi escolhida pelo seu pai pra se tornar a vice presidente.
Jade: É o maior prazer eu poder estar nesse cargo.
Alcino (Feliz): Parabéns minha filha.
Eva (Grita): VAMOS PARAR COM A PALHAÇADA?.
Todos se assustam.
Jade: Que isso Ev... (É interrompida).
Eva (Grita): CALA ESSA SUA MERDA DE BOCA POR QUE QUEM VAI FALAR AGORA SOU EU... (T) VOCÊS QUEREM MESMO COLOCAR ELA DE VICE? VOCÊS ACHAM QUE ELA VAI ACRESCENTAR EM ALGO NESSA PORCARIA DE EMPRESA?.
Marcus: É preciso falar desse jeito?.
Eva: CALA ESSA TUA BOCA, MAL CHEGOU E JÁ QUER SENTAR NA JANELA? ESSA DAÍ PROVAVELMENTE JÁ DEVE TER DADO PRA VOCÊ.
Jade: (Se levanta) Como é que é?.
Alcino: Chega Eva, saia dessa sala agora, e só apareça quando você decidir aceitar isso.
Eva: Eu vou... Mas eu quero que todos vocês percebam a burrice que estão cometendo.
Eva sai e bate a porta com força, Jade olha constrangida para Marcus.”

- louca de pedra –

Por que né? É muito natural numa reunião empresarial com vários acionistas e funcionários, uma pessoa armar um escândalo e jogar na sua cara que a outra já deu a periquita pra você.

- “Ai pai, para, é uma obra de ficção sem compromisso com a realidade” rsrsrs –

Joguem essa Eva num hospício porque normal da cabeça ela não é. E isso se reflete em várias cenas dela: uma que ela diz estar louca de vontade de transar com o amante comparsa, mas no dia seguinte o culpa por ter acordado atrasada (?)... ou numa cena do gancho do capítulo 6, que o mesmo amante dá em cima dela e ela diz que não está com vontade de transar, mas na continuação da cena no capítulo seguinte, afirma estar louca de desejo por ele. (?)
Ou essa Eva é bipolar, ou então um erro de continuidade tenebroso tomou conta deste lugar. Sem contar nas falas dela que soam tão forçado, que lembra até a Valentina Marsalla de O Sétimo Guardião. E se as atitudes dela podem ser consideradas loucuras, posso também dizer que é falta de um bom corretivo. Porque nunca vi em toda minha vida um pai tão banana quanto esse Alcino. O que um pai, ao ver a filha armar um escândalo na reunião da sua renomada empresa faria? Provavelmente, para “castiga-la”, a afastaria do cargo, não? NÃO! AHAHAHA. Alcino simplesmente diz:
Chega Eva, saia dessa sala agora, e só apareça quando você decidir aceitar isso.”
Até a forma de falar já denota o pai abestalhado que é. Sanidade também não é o forte desses personagens, pois é no assunto “loucura” que cheguemos a Francisca - a que quer se tornar rica. Uma completa maluca desvairada, que mais parece ter saído de um hospício e vive dando bafo em cenas escandalosas dizendo coisas que não fazem o menor sentido:
“Após aproveitar uma manhã no parque, Francisca e Danilo resolvem ir comer, eles estão sentados comendo hambúrgueres.
Francisca: Pronto, não aguento mais comer.
Danilo: Mas você só deu duas mordidas.
Francisca: Eu tô fazendo uma dieta, não posso consumir muita gordura.”
(?) Que?
Ela diz que não aguenta mais comer (provavelmente, por estar de barriga cheia), mas depois fala que deu apenas duas mordidas por estar fazendo dieta. Qual o sentido disto? Aliás, o desenvolvimento do enredo desta personagem não tem sentido algum mesmo. Depois que flagra o marido na cama com outra, ela volta a ser pobre e faz de tudo para enriquecer, dando em cima de jogadores de futebol, cantores - Luan Santana, beijos - e homens famosos, sendo influenciada pela própria mãe (que mostra ser mais desequilibrada que ela).
Que mãe em pleno uso de suas faculdades mentais faria se sua filha estivesse presa?... Obviamente, trataria de tirar a filha da cadeia o mais depressa possível, certo? Pois bem, Margarete simplesmente resolve passar a noite com um homem qualquer:
“Francisca: Francamente mãe, me deixar dormir por uma noite na cadeia por causa de um homem?.
Margarete: Minha filha, entenda que ele tinha vinte e um centímetros, e eu como sou uma mulher de idade não poderia perder essa chance...”
E isso acontece durante toda a trama, uma coleção de cenas escandalosas entre as duas, uma atrás da outra. E se eu dissesse que a Francisca leva um mendigo que nem conhece - e que tentou assaltá-la ahahahaha - pra dentro da própria casa e depois faz sexo com ele? AHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHA, pois é neném...
Sem contar em Jade, que desmemoriada, é resgatada por Will - que não sabe o nome dela - mas em cenas posteriores...
“Will: Jade fica aqui que eu só vou comprar uma revista naquela banca, okay?.
Jade: Tudo bem.
Will sai de perto e vai até a banca ver se tem uma revista que ele tanto quer, e acaba percebendo algumas revistas com o rosto estampado da Jade dizendo “missing” ou “desaparecida"... Ele observa essas revistas com informações da moça, dizendo principalmente que ela é uma das filhas de “Alcino Lamborghini".
Will: Jade? (Ele olha para Jade que está bem afastada) É você!.”
(?????)
Se ela tava desmemoriada, como ele sabia do nome dela?
E a amnésia da Jade me lembrou a da Samara que senta na vara, a famosa “amnésia indecisa”:
 Will: Jade... (T) Eu acho que eu descobri coisas sobre você.
Jade: Eu também (Ela olha para Will) Eu me lembrei de tudo Will, agora eu sei quem sou eu e quem fez tudo aquilo comigo.
Will: Jade vamos sair daqui, tem coisas que você precisa saber mas ninguém pode ficar nos observando.”
...
“Jade: Agora tudo faz sentido Will... Eu sou... (É interrompida).
Will: A Jade Lamborghini.
Jade (Surpresa): Como você sabe?. 
Que?????

E qual a necessidade de criar um evento pomposo só pra revelar quem é a sócia misteriosa de uma empresa? Só pra fazer remake da famosa cena de O Outro Lado do Paraíso? Ah, faça-me o favor. 

Sem falar que a história, apesar do ritmo dinâmico, anda em círculos com Jade fugindo, sendo dada como morta, voltando, sendo sequestrada, sofrendo acidente, sendo dada como morta, fugindo, sendo presa, saindo, sofrendo atentado, sendo dada como morta de novo... E uma briga de gato e rato entre as duas que parece ser interminável. Sabe quando um cachorro quer morder o próprio rabo? Pois é.

Francisca - a que quer se tornar rica, passa a NOVELA INTEIRA só falando que quer transar, em praticamente TODAS as cenas dela, além de protagonizar inúmeros barracos como se sua vida dependesse apenas disto. Se a intenção foi fazer humor com essa personagem, lamento dizer, mas a única coisa que eu consegui sentir foi medo...
E ainda tem o banana do Marcus — de longe, o personagem mais imbecil dessa trama — que grava o momento em que a empregada é assassinada por Eva e em hora alguma decide levar a prova para as mãos da polícia, permitindo que a vilã cometa mais crimes e barbaridades. Essas provas depois vão parar nas mãos de Jade, que mesmo após ter sofrido armações, ter ficado 6 anos exilada vítima de uma chantagem, ter sofrido atentado, sequestro, prisão, decide NÃO denunciar a irmã à polícia apenas para cumprir a tão “esperada” vingança. 


Eva entra na mansão, Jade espera ela sentada no sofá.
Jade: Demorou em vadia, quinze minutos atrasada... (T) Anda, vai colocar teu uniforme que tem bastante dou pra você lavar.

Eva: Por mais quanto tempo você vai continuar com isso? Eu já estou cansada, esse remake de Avenida Brasil não tá dando certo.
Ai, amiga, e realmente não deu certo. Porque em nenhum momento consegui torcer para que Jade se vingasse de Eva. Aliás, em momento algum senti carisma nesta protagonista, e sua vingança resultou em absolutamente nada além de referências a "O Outro Lado do Paraíso", "Avenida Brasil" e até mesmo, "Segundo Sol". Isso só me fez recordar a "vingança" da Tina contra a Bárbara Ellen na novela Sangue Bom - que não fazia sentido e não resultou em nada também. 
Poderia ficar aqui falando horas e mais horas sobre situações inacreditáveis e bizarras, mas pra mim chega. 
E uma dica: sempre que escreverem qualquer coisa, nunca, eu disse NUNCA esqueçam de revisar, ler, reler, porque se aqui na vida real gêmeos idênticos são confundidos pelas pessoas, em A Sombra da Luz até o próprio autor confundiu as gêmeas Jade e Eva em alguns momentos, colocando falas na Eva que deveriam ser da Jade, ou vice versa. Vish, até eu fiquei confusa agora.
Mas enfim, meus amores, não quero parecer carrasca nessa crítica, haha, não! Apesar de todos esses (e outros) erros e furos grotescos, posso reconhecer que o texto desta obra é como um ser vivo, mais especificamente, um ser humano: com sua fase infantil no início da vida e seu amadurecimento ao longo do tempo.
Sim, quero dizer que o texto da novela amadurece ao longo dos capítulos, o que mostra um verdadeiro amadurecimento também do próprio autor, que apesar de ter transformado o desenvolvimento da história num verdadeiro show de horrores, sua reta final e seu desfecho acaba sendo algo completamente surpreendente, (destaque para a trama de Annabeth e Amábile/Mabel, e as cenas finais de Eva), e também, tendo em vista que apesar da sua pouca experiência por ser a primeira web, ele ainda tem um caminho brilhante a percorrer, afinal, ninguém acerta logo de primeira.
E essa foi a nossa crítica de hoje, espero que tenham gostado.
Aos que não gostaram, sintam-se livres para discordar, afinal, estamos aqui para ouvir a todos. Beijinhoxxx.



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