Crítica: Além de Rubi


Bom dia, flores do dia. Sim, apesar da hora da postagem e ser noite aí no Brasil, quero dizer que estou no Japão, pleníssima com meu peruano em lua de mel. Após passar por muitas sessões de terapia para combater essa minha preguiça em colocar esse blog pra funcionar, estou de volta.



E sem mais delongas, vamos a mais uma crítica nesse flop... digo, blog.

 

Além de Rubi estreou no Web Novelas Channel no horário das 18 horas, com o objetivo de continuar a história da novela mexicana “Rubi” a partir do seu final.


Na atualidade, a personagem título busca vingança contra seu ex-amor Alessandro Cardenas, que a trocou por Maribel, através da sua sobrinha Fernanda, tão bonita como ela foi no passado.
E é graças a beleza fenomenal de Fernanda que Rubi pretende se vingar, adivinhem, do mesmo jeito como ela agiu na trama original. A diferença é que desta vez, o alvo não é somente Alessandro, como também, o filho dele Alex.
Idêntica a tia Rubi no quesito beleza e aparência, Fernanda vai se aproximando de Alex aos poucos. Porém, a protagonista se apaixona por ele, ao mesmo tempo que se envolve com o vilão Gabriel, fazendo com que se instale uma rivalidade entre os dois pelo amor dela.



A proposta da estória, apesar de beber da fonte do clichê batido, consegue parecer interessante. Sim, “parecer”, pois como diria Elis Regina “as aparências enganam”.
Porque todo o início ocorre de forma tão robótica, que fica difícil torcer pela vingança de Rubi, ou então para que os próprios personagens alcancem seus objetivos. Eles surgem do nada, sem nenhum tipo de apresentação e introdução, muito menos dizem a que vieram. Simplesmente aparecem, somem, entram, saem, sem mais nem menos. São como as moscas varejeiras que entram em nossas casas para poder consumir aquele resto de comida em cima da mesa e depois vão embora ou morrem asfixiadas por um desodorante (gente, super indico. Desodorante mata moscas).
As cenas não contêm descrições e fica difícil imaginar o que está se passando ali, naquele momento. O texto dos capítulos iniciais é insuportavelmente didático e engessado. Os personagens só aparecem para dizer algumas palavras e simplesmente saem de cena como se nada fosse. Como nesse diálogo superinteressante entre Alessandro e Maribel:
Alessandro - nosso filho já está na faculdade.
Maribel - depois de todos esses anos , voltamos para o México.
Alessandro - tivemos a oportunidade de nos especializamos.
Maribel - além disso, o Alex cursou o Ensino Médio , o que é muito bom para ele .
Alessandro - além de ter saído fluente em outro idioma. O que nos dias de hoje é muito importante.
Alessandro vai para o consultório.
Tudo isto para explicar a importância de fazer um curso de línguas nos dias de hoje, que eles voltaram para o México e que o filho cursou o Ensino Médio.

Nada contra diálogos didáticos pessoal (as vezes são necessários), mas um pingo de naturalidade nas cenas é essencial.
Sem falar em Fernanda, que a cada 10 cenas do primeiro capítulo, 11 repete essa frase: “Olá, sou Fernanda, mas pode me chamar de Rubi” (????). Se o objetivo dela era se vingar pela tia de forma sigilosa, palmas, ela conseguiu ser bem sigilosa.
O desenvolvimento dos personagens do remake é feito “por sina”. 
“Por sina” é quando a história dos filhos, acontecem exatamente do mesmo jeito como ocorreram com seus pais. Como Eduardo, que sofre um acidente e fica paraplégico igual como ocorreu como seu pai Raul na história original. E também, Alex, que é seduzido por Fernanda, igual como o pai Alessandro foi seduzido por Rubi.



Porém, o plano de vingança cai por terra quando Fernanda percebe que não consegue seduzir Alessandro de jeito nenhum. Ela desiste quando começa a se apaixonar de verdade por Alex, ao mesmo tempo que deixa sua ambição falar mais alto e se envolve com o mau caráter Gabriel, que rouba remédios do hospital para poder vender de forma ilegal. Gabriel também foi responsável por ter tentado abusar de uma garota na faculdade em que os personagens jovens da trama estudam.
A relação de Gabriel com Fernanda vai ficando cada vez mais intensa, e ele a convida para morar em sua casa. Isso dá início a uma rivalidade entre ele e Alex pelo amor de Fernanda, e faz com que seu namoro com a protagonista se torne tóxico. A trama chega ao ápice quando Gabriel tenta violentar Fernanda da mesma forma como fez com uma garota há tempos atrás. O vilão é preso e condenado após a descoberta de que ele era a pessoa que roubava remédios no hospital


e após a denúncia de Fernanda pela tentativa de abuso que sofreu.
Ao final, temos perdão, casais terminando juntos, suicídio, superação e arrependimento.
Em meio a uma proposta aparentemente instigante, nos vemos num desenvolvimento completamente preguiçoso. A trama, apesar de personagens mal introduzidos e um início conturbado, chegou a ter momentos e embates interessantes, mas tudo foi ao chão quando foi se aproximando do seu final: corrido, sem emoção e profundidade.
Personagens como Isabela, que dava indícios que teria uma grande rivalidade com Fernanda, no fim se tornou uma criatura morta que não fazia nada além de reclamar da falência dos pais. Nesse núcleo, as cenas se repetiram o tempo inteiro. Era como os vários deveres de casa, na qual copiamos do colega e só fazemos mudar as palavras. Fora que era um núcleo que para nada serviram. Se o tirasse não faria diferença alguma. 
E o grande vilão Gabriel teve momentos (poucos) de ouro, como na vez em que bateu de frente com Alex, mas ainda assim, suas maldades foram tão desinteressantes como seu final. Poderiam ter algum pingo de relevância, se seu personagem tivesse algum carisma. E nada explica o fato dele não ter sido punido como deveria antes, no último crime que cometeu. 
Mas nada, nunca vai superar a Fernanda ter topado participar de um plano de vingança arquitetado por uma tia que ela sequer conhecia. Tudo isso porque ela só veio tomar conhecimento das vilanias de Rubi no passado apenas no final. Sim, foi isso mesmo que você leu. Mesmo com Rubi fazendo a sobrinha de gato e sapato durante toda a trama, Fernanda nunca sequer questionou a si mesma quanto ao verdadeiro caráter de sua tia. E eu dou um prêmio pra quem souber me responder como diabos a Fernanda sabia da existência da Rubi se seus pais jamais lhe contaram sobre ela. (???)
A tal vingança, tão prometida, realmente não vingou. E a única coisa que realmente salvou nessa história foi o casal Eduardo e Adriana (não me pergunte porque, pois nem eu sei). Uma pena que não tiveram a atenção que mereciam. Mas só por terem ficado juntos e terem superado o problema dele juntos, já posso dormir em paz. 



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Ficou curioso(a)? Confira a trama completa aqui:











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